Brevemente será
introduzida, em Cabo Verde, a Pitaya ou Pitahaya (frutadragão, fruta do cacto).
É uma fruta que, para além de ter alto teor em vitaminas, adicionará novos
sabores às opções crioulas.
Esta espécie adapta-se facilmente e bem em condições de falta
de água e poderá ser mais um contributo à diversificação da fruticultura e ao
rendimento dos agricultores cabo-verdianos. A polpa da fruta pode ser consumida
ao natural e utilizada na preparação de refrescos, gelados, saladas,
aperitivos, iogurte, mousses, geleias e doces.
Esta variedade já foi testada, com bons resultados nas Ilhas
Canarias, pela empresa CULTESA, que tem fornecido plantas propagadas ‘in vitro’
ao INIDA, para plantação de 15 hectares de bananeira e cerca de 1 há de
ananaseiro em terrenos de agricultores.
A introdução de Pitaya engloba-se dentro do projecto de
relançamento da cultura da banana, um projecto orçado em 600 mil euros,
co-financiado pela União Europeia no valor de 500 mil euros e pelo Governo de
Cabo Verde em 100 mil euros.
O referido projecto, iniciado em 2011, tem uma duração de 2
anos e está sendo implementado pelo INIDA. O programa de relançamento da
cultura da banana e diversificação da produção agrícola na ilha de Santiago,
visa a introdução de plantas propagadas
‘in vitro’, tendo como principal objectivo a massificação de fruteiras em Cabo
Verde, nomeadamente mangueira e o Ananaseiro.
Alguns destes resultados são já visíveis, com o aumento crescente da
oferta de banana em quantidade e qualidade no mercado.
Além disso, o projecto engloba a vertente investigação que se
baseia na introdução de novas variedades tolerantes às principais doenças, e
novas espécies de fruteiras para realização de testes de adaptação nas estações
experimentais, desenvolvimento de acções no domínio da gestão integrada de doenças
e pragas das culturas de bananeira e mangueira e promoção de inovações
tecnológicas geradas pela investigação. Um facto também recente é a aposta dos
agricultores na modernização dos seus sistemas de produção, particularmente na
cultura de bananeira, com preferência para o sistema de rega gota a gota, que
permite o uso eficiente de água e a utilização de variedades melhoradas, com o
apoio técnico do INIDA.
Essa investigação abarca a introdução e o acompanhamento do
comportamento das novas variedades a serem introduzidas nas bacias
hidrográficas da ilha de Santiago, particularmente na Ribeira Seca (zonas da
Barragem de Poilão) e algumas outras localidades das bacias hidrográficas dos
Picos e Engenhos. No passado dia 28 de Fevereiro, novas variedades de bananeira
e ananaseiro da BIOCLONE - Fortaleza, Brasil (empresa de produção de plantas
propagadas in vitro) foram implementadas.
Este projecto tem incentivado o ressurgimento de parcerias
entre INIDA e algumas instituições internacionais de renome. Como resultado
destas parcerias, um protocolo de colaboração científica está em preparação com
o Centro Internacional de Investigação Agrária para o Desenvolvimento (CIRAD) e
uma visita de um técnico do Centro Canário de Investigação Agrária (ICIA), a
ser realizada de 12 a 15 de Março.
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