A limitada expansão das terras agrícolas, o aumento do custo de produção, a crescente limitação dos recursos e as maiores pressões ambientais são as principais razões apontadas para esta tendência.
Devido a um crescimento de produção mais lento e a uma maior procura, inclusive em relação aos biocombustíveis, prevê-se que os preços se mantenham acima das médias históricas na produção agrícola e pecuária.
"Enquanto as reservas alimentares nos principais países produtores e consumidores se mantiverem baixas, o risco da volatilidade dos preços aumenta. A seca generalizada, como a que vivemos em 2012, aliada a reservas alimentares baixas, pode levar a um aumento dos preços a nível mundial entre 15 e 40 por cento", adverte o relatório da OCDE/FAO.
A China, com um quinto da população mundial, um crescimento elevado dos rendimentos e um sector agro-alimentar em rápida expansão, terá uma enorme influência nos mercados mundiais e é o principal foco do relatório.
O Secretário-Geral da OCDE, Angel Gurría, afirmou que “as perspectivas para a agricultura mundial são relativamente positivas, com uma forte procura, uma expansão do comércio e preços altos. Mas, este quadro assume uma recuperação económica contínua. Se não formos capazes de dar a volta à economia mundial, o investimento e o crescimento na agricultura serão prejudicados e a segurança alimentar pode ficar comprometida. ”
Quanto aos Governos ficou o conselho de criar contextos que sejam propícios ao crescimento e comércio. "As reformas agrícolas têm desempenhado um papel fundamental no notável progresso da China ao nível da expansão da produção e da melhoria da segurança alimentar nacional".
José Graziano da Silva, Director-Geral da FAO afirmou que “os elevados preços dos alimentos constituem um incentivo para o aumento da produção e é preciso fazer o melhor que se pode para garantir que os agricultores pobres beneficiem deles. ”
Acrescentou ainda que "a produção agrícola da China tem tido um extraordinário sucesso. Desde 1978, o volume da produção agrícola aumentou praticamente cinco vezes e o país tem feito progressos significativos no sentido de uma maior segurança alimentar. A China está no caminho certo para atingir o primeiro objectivo de desenvolvimento do milénio de redução da fome.”
Embora a produção da China se tenha expandido e a segurança alimentar tenha melhorado, aconselhou-se que o país deva dar mais atenção às questões ambientais e de recursos.
Segundo o Director geral, a FAO está disposta a colaborar com a China no sentido de encontrar soluções viáveis e duradouras.
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