O poder curativo da terra e dos produtos naturais é conhecido
há milhares de anos. A aposta nos produtos de origem vegetal e seus derivados
tem sido uma tendência. Mas para Roxana Monteiro Lima, a harmonia com a mãe
natureza é um modo de vida que herdou do avô materno, um índio aborígene. Há
oito anos que Roxana aplica tudo o que aprendeu, na longínqua da Argentina,
aqui em Cabo Verde onde criou a marca de produtos Mamdyara.
Filha de mãe argentina e pai cabo-verdiano, Roxana Lima
Monteiro estabeleceu-se no país há oito anos, um convite feito pelo pai que
sempre lhe falou das ilhas vulcânicas, onde ela poderia dedicar-se ao que mais
gosta.
Mas a arte de transformar plantas e afins em produtos para
cuidado externo vem de outros tempos. O avô materno, com o qual ia para as
montanhas, passou-lhe “um montão de conhecimentos” dos quais nunca mais se
esqueceu. Trabalhou muito tempo com instituições na Argentina
Diz que em Cabo Verde as pessoas desconhecem o que faz
confundindo-a por esteticista, por exemplo. Alega que tratando-se de um país
jovem onde as pessoas procuram sempre a novidade e modernidade e esquecem-se da
prevenção para uma melhor qualidade de vida. “A beleza não pode ser apenas
externa, cosmética (…) tem de haver um equilíbrio entre a saúde, a mente e a
beleza”, explica assim Roxana, falando sobre um princípio que orienta a
Mamdyara, um centro de terapia alternativa que criou em Mindelo e que dá nome
aos produtos que comercializa.
Para Roxana a naturopatia transformou-se numa filosofia de
vida, não usa medicamentos, prefere argilas e outros produtos naturais, por
exemplo.
Chegando a Cabo Verde dedicou-se à pesquisa sobre as
matérias-primas existentes. Como mantém o contacto com um grupo de estudo da
Universidade de La Plata (Argentina), com o qual troca experiências no âmbito
do uso das plantas na saúde e na cosmética, envia regularmente amostras de
materiais encontrados nas ilhas para a análise pelos especialistas do grupo.
E assim surgiu Mamdyara, “uma pequena empresa familiar”,
sediada em São Vicente e cujos produtos são todos feitos à mão. Os resultados
são um cartão-de-visita da empresa, explica Roxana e acrescenta que, em 80 por
cento dos casos os primeiros resultados são positivos.
Trabalha com um pequeno núcleo de estagiárias há já três anos
em São Vicente. Exige pelos menos quatro anos para que as actuais formandas
passem a funcionárias. É o tempo que considera necessário para que se adquira
uma formação adequada com os conhecimentos necessários na área.
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